Alma Acorrentada


Logo, porque vinha ela me corroer a visão
Eu era como coisa à parte da mobilha
objeto desnecessário da decoração
Não sei bem se ela sabia que eu sentia

Acho que em mim ela via uma máscara,
qualquer coisa parecida com uma fantasia.
Me acostumei a não me sentir humano,
já não fazia sentido a vida.
E de que vida estou falando?

Estava sempre dependendo
Olhos aparentemente abertos.
Me acostumei a inexistir;
Ser nada era meu destino.

Um dia ela não apareceu mais
eu estava em um lugar estranho
não reconhecia mais as casas, a paisagem
nem os endereços daquelas ruas de mim

Olhos aparentemente abertos,
mas que agora viam.
Caminhei por algumas calçadas estranhas
andei nos trilhos de uma locomotiva
com viagem sem volta
E me perdi nos arredores de um mundo desconhecido

A vida apareceu bem diante dos meu olhos,
agora abertos,
e eu decidi agarrar a barra da sua saia
e deixar que ela me mostrasse o tempo.

O tempo que eu havia perdido sem perceber
deixando-me viver por outro olhar
Vendo tudo às cegas
Supondo um sonho;
um eterno viver sem acordar.

2 pensamentos sobre “Alma Acorrentada

  1. Gostei tanto que queria saber quem é o autor

  2. Fabio, este é de autoria nossa!

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