“Meu amor essa é a última oração, pra salvar seu coração. Coração não é tão simples quanto pensa, nele cabe o que não cabe na despensa.”
Pra quem não sabe, em maio do ano passado, esse verso se alastrou de uma forma viral, por redes sociais, blogs e afins, através de um clipe filmado em um final de semana, em um casarão, por vários amigos e conhecidos. Esse clipe descontraído, trouxe para os holofotes uma turma de músicos alegres e de bem com a vida, radicados em Curitiba, mas oriundos de várias partes do Brasil. A música, a qual o verso pertence, é “Oração”, composta e interpretada por Leo Fressato, em uma participação especial, em uma das filmagens da Banda Mais Bonita da Cidade.
Pra quem ainda não viu, ou não sabe do que estamos falando, está aí o clipe:
Ao acompanhar o surgimento e o progresso da Banda Mais Bonita da Cidade, pudemos voltar nossa atenção também para trabalhos paralelos dos integrantes e de músicos e compositores ligados a eles, em especial, Fressato.
Esse ator, compositor, cantor, músico e diretor brasiliense de cabelos encaracolados é de tamanha singularidade que até nos embaraça as palavras. Sem muitos lugares específicos para ler sobre o dito, procuramos artigos da crítica em geral…
“Há vezes em que um Renato Russo emana no palco, outras em que a acidez de um Ney Matogrosso é sugerida. Suas canções são de uma simplicidade tocante, mas é como se todas formassem um grande círculo repetitivo que ecoa “meu amor, meu amor, meu amor…” (blog do caderno G)
Feito de flores e veias saltadas no pescoço, canta sobre os amores. Dos delicados como veludo aos dolorosos e mal fadados que fazem sangrar a alma. É uma música simples e ao mesmo tempo rica em sentimento e preenchida ao máximo pela mais bela poesia.
Tendo começado a compor aos 14 anos, muitas de suas músicas retratam as próprias experiências. Uma delas, inclusive uma de nossas favoritas, também gravada pela BMBDC é “Canção Pra Não Voltar“. Ao longo de sua carreira, Fressato sempre buscou e atraiu parcerias de músicos talentosos; desde 2004 está em parceria com a cantora e compositora Ana Larousse, que segundo ele, é uma de suas principais e a mais estáveis parcerias até o momento.
Muitas de suas composições parecem brincadeiras simplistas e descompromissadas, como ‘Oração’ e ‘Tan tan’. “Entre folhas de outono e invernos rigorosos brotam flores nas canções do rapaz. É preciso que o inverno passe (e que passe depressa). E, para que isso aconteça, Leo brinca.”
Será que você não irá se esquecer?
Por último, mas não menos emocionante, uma das obras primas desse poeta, que já postamos aqui tempos atrás, mas faz jus à repetição:
Estou com essa música, “Sobre Canecas e Chá”, ressoando em meus ouvidos e neurônios desde ontem, pois ela é tão bela e tão vigorosa, quanto viciante. Essa é uma composição e uma interpretação magnífica do poeta Leo Fressato. Pra quem não sabe quem é o compositor, dê uma olhada no youtube e procure por “Oração”. Sem mais demoras, apreciem sem moderação!
Sobre Canecas e Chá
Composição: Leo Fressato
Eu não vim falar de amor nem dizer que o destino foi quem nos juntou Eu não prometi cuidar e nem prometo agora embora eu vá olhar com ternura pras tuas crias e pra caneca com chá não peço pra namorar você riria e eu morreria sem ar
Eu não vim pedir amor nem me dei por vencido cê sabe como é sou teimoso de dar dó só vim para dizer no meu sertão não será só só vim para dizer no meu sertão não será só e vai chover… e vai chover…
sabe o meu amor é teu não sei oque aconteceu nem sei no que vai dar sabe só quero um beijo teu e que não diga adeus pra que eu possa voltar e eu voltarei
margaridas na mão venho armado até os dentes pra roubar seu coração e coloca-lo rente ao meu sabe antes de terminar minha moça eu te digo você vai ser feliz comigo mesmo se o mundo acabar mesmo se o avião cair mesmo se a chuva alagar aqui mesmo se agente afogar
E eu não vim falar de amor nem dizer que o destino foi quem nos juntou Eu não prometi cuidar e nem prometo agora embora eu vá olhar com ternura pras tuas crias e pra caneca com chá não peço pra namorar você riria e eu morreria