Muito tempo sem escrever deixa os pensamentos meio tortos, as linhas da imaginação tortuosas e os sentimentos uma tortura. Muitas palavras pra dizer, sem repetir contextos ou sincrónizá-las igualmente, nisso há de se escolher um caminho: Ou copiar arbitrariamente ou pincelar uma música para cada sílaba do coração.
Nem todas as formas de expressar os sentimentos é completa, e é isso que minhas mãos procuram, e quando encontram, raras vezes, balburdiam vocábulos que nem conheço, só para vê-los cantados. Nem a música é sem a palavra, nem a palavra sem a rítmica entonação. Uma diz as coisas que a outra não pode falar, ou ambas se completam naquelas criações transcendentais, que unem verso, sons e cores.
Acho que me cansei da forma versificada. Engoli acordes demais, junto com toda aquela sensualidade metrificada e rítmica. Nem sempre o coração quer bater no rítmo de compassos exteriores, às vezes ele precisa seguir o vento, e bailar em uma forma poética nova. Às vezes ele quer bater em staccato, sem muitas ligações, sempre livre, em frente, veloz; às vezes prefere legato, com um toque romântico e emocionante; e às vezes prefere silenciar, tendo este, o silêncio, como a mais bela melodia.
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