Cor de Borboleta


Fui comprar açúcar pra adoçar os meus verbos.
Fui contar minhas moedas e tropecei nos advérbios.
Será essa a minha triste sina,
amontoar riquezas enquanto a tristeza me desatina,
vendo outros se valendo de mim,
pra distinguir o não do sim?
Será que um dia,
terei direito de comprar um simples clipes de papel cor de borboleta,
pra prender as folhas dos meus sonhos,
viajar o mundo dentro de uma luneta,
ou deitar no céu de uma manhã de outono?
Acredito que não terei esse prazer,
nem quando os versos se compadecendo de minha insuficiência
se deixem levar pela brisa dos inversos e perambularem vadiando
por entre os poros de minha tão angustiante existência!

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